Concordância Nominal e Verbal

Concordância Nominal e Verbal: Entendendo as Regras e Exemplos Práticos

A concordância nominal e verbal são pilares essenciais da gramática portuguesa. Elas garantem que as palavras em uma frase estejam em harmonia, fazendo com que a comunicação seja clara e precisa. Vamos explorar esses conceitos de forma detalhada e prática, garantindo que você entenda como aplicá-los corretamente em seus textos.

O que é Concordância Nominal?

Concordância nominal refere-se ao acordo entre o substantivo e as palavras que o acompanham, como adjetivos, pronomes, numerais e artigos. Em outras palavras, é a forma como essas palavras se ajustam em gênero (masculino ou feminino) e número (singular ou plural) ao substantivo a que se referem.

Por exemplo:

  • “A menina bonita.” Aqui, “menina” é um substantivo feminino e singular. Portanto, o adjetivo “bonita” e o artigo “a” também devem estar no feminino e singular.
  • “Os meninos felizes.” Neste caso, “meninos” é masculino e plural. Logo, o adjetivo “felizes” e o artigo “os” seguem essa concordância.

Regras Básicas da Concordância Nominal

  1. Concordância com adjetivos: Quando o adjetivo acompanha um único substantivo, ele concorda em gênero e número. Se houver mais de um substantivo, o adjetivo pode concordar com o mais próximo ou ser colocado no plural.
    • Exemplo: “A casa e o carro antigos.” (adjetivo no plural) ou “A casa e o carro antigo.” (concordando com o substantivo mais próximo).
  2. Concordância com pronomes: Pronomes demonstrativos, possessivos e indefinidos concordam em gênero e número com o substantivo a que se referem.
    • Exemplo: “Minha amiga estava cansada.” (“Minha” e “cansada” concordam com “amiga”).
  3. Concordância com numerais: Numerais que indicam ordem também seguem a regra de concordância nominal.
    • Exemplo: “As duas primeiras colocadas.” (“Duas” e “primeiras” concordam com “colocadas”).

O que é Concordância Verbal?

Concordância verbal é o acordo entre o verbo e o sujeito da oração em número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª ou 3ª pessoa). Ou seja, o verbo deve ajustar-se ao sujeito para manter a coerência da frase.

Por exemplo:

  • “Ela estuda.” O verbo “estuda” está no singular, concordando com o sujeito “Ela”.
  • “Eles estudam.” Aqui, o verbo “estudam” está no plural, concordando com “Eles”.

Regras Básicas da Concordância Verbal

  1. Sujeito simples: Quando o sujeito é simples, o verbo concorda em número e pessoa.
    • Exemplo: “A criança corre.” (sujeito singular, verbo singular).
  2. Sujeito composto: Se o sujeito for composto por dois ou mais núcleos, o verbo vai para o plural.
    • Exemplo: “Pedro e João estudam juntos.”
  3. Sujeito com núcleos ligados por “ou”: Se os núcleos do sujeito estiverem ligados pela conjunção “ou”, a concordância verbal dependerá da exclusão ou inclusão dos sujeitos.
    • Exemplo: “Pedro ou João será escolhido.” (exclusão) e “Pedro ou João estudam todos os dias.” (inclusão).
  4. Sujeito com núcleos ligados por “nem”: O verbo sempre irá para o plural.
    • Exemplo: “Nem o professor nem os alunos estavam prontos.”

Exemplos Práticos de Concordância Nominal e Verbal

Vamos agora a exemplos práticos que mostram como essas regras funcionam na prática:

  • Concordância Nominal:
    • “As meninas simpáticas chegaram cedo.” Aqui, “meninas” é o sujeito, “simpáticas” é o adjetivo que concorda em gênero e número, e “chegaram” é o verbo que concorda em número e pessoa.
    • “O aluno e a professora felizes comemoraram juntos.” O adjetivo “felizes” concorda com os dois substantivos, “aluno” e “professora”, que formam um sujeito composto.
  • Concordância Verbal:
    • “Ele canta.” (sujeito simples, verbo no singular).
    • “Eles cantam.” (sujeito simples, verbo no plural).
    • “João e Maria brincam no parque.” (sujeito composto, verbo no plural).

Dicas para Evitar Erros Comuns

Cometer erros de concordância nominal e verbal é algo comum, mas evitável com atenção e prática. Aqui estão algumas dicas úteis:

  1. Leia a frase em voz alta: Muitas vezes, os erros ficam mais evidentes quando ouvimos a frase. Isso ajuda a identificar possíveis falhas na concordância.
  2. Preste atenção ao sujeito da frase: Identificar corretamente o sujeito é crucial para a concordância verbal. Muitas vezes, o erro está em confundir o sujeito com outra palavra na frase.
  3. Pratique com exercícios: A prática é essencial para dominar a concordância nominal e verbal. Faça exercícios de gramática para fortalecer seu entendimento.
  4. Revise seus textos: Sempre revise o que escreveu, focando especialmente nas regras de concordância. Uma segunda leitura pode revelar erros que passaram despercebidos.

Concordância com Verbos Impessoais

Verbos impessoais, como “haver” (no sentido de existir), “fazer” (indicando tempo) e os verbos que indicam fenômenos da natureza, não têm sujeito. Por isso, eles permanecem na terceira pessoa do singular, independentemente do que se segue.

Exemplos:

  • “Há muitas pessoas na festa.” (O verbo “haver” permanece no singular, mesmo que “pessoas” esteja no plural).
  • “Faz três semanas que não chove.” (O verbo “fazer”, indicando tempo, fica no singular).

Concordância com Sujeito Inexistente ou Oculto

Quando o sujeito é inexistente ou oculto, a concordância deve ser feita com base na pessoa verbal que a frase sugere. Isso acontece, por exemplo, em frases que utilizam o verbo “ser” em frases impessoais ou onde o sujeito é indeterminado.

Exemplos:

  • “É proibido fumar.” (O verbo “ser” concorda com a oração inteira, sem sujeito explícito).
  • “Precisa-se de ajudantes.” (Sujeito oculto, o verbo “precisar” concorda com o complemento “ajudantes”).

Importância da Concordância para a Comunicação Eficaz

A correta aplicação da concordância nominal e verbal é fundamental para uma comunicação clara e eficiente. Erros nessa área podem causar mal-entendidos ou dar uma impressão negativa sobre a habilidade de escrita do autor. Por isso, dominar essas regras não é apenas uma questão de formalidade, mas uma necessidade para garantir que a mensagem seja transmitida de forma correta.

Imagine, por exemplo, escrever “As criança brinca no parque.” Essa frase, apesar de compreensível, soa estranha e revela uma falha na concordância. A forma correta seria “As crianças brincam no parque.” Aqui, a frase está em total harmonia, facilitando a compreensão e mostrando um bom domínio do idioma.

Praticando a Concordância em Diferentes Contextos

A prática é a chave para dominar a concordância nominal e verbal. Uma boa maneira de praticar é criar frases e verificar se as regras estão sendo seguidas corretamente. Tente escrever um parágrafo sobre um tema aleatório e depois revise-o, focando na concordância.

Aqui estão alguns exemplos para praticar:

  1. Descreva um dia comum em sua vida: Escreva sobre suas atividades diárias, prestando atenção à concordância entre os verbos e seus respectivos sujeitos, além de garantir que os adjetivos concordem com os substantivos.
  2. Escreva sobre uma festa: Descreva uma festa que você participou, incluindo detalhes sobre quem estava lá e o que aconteceu. Certifique-se de que todas as palavras concordam corretamente.
  3. Conte uma história curta: Inventar uma história é uma ótima maneira de praticar a concordância. Ao criar diferentes personagens e situações, você poderá aplicar as regras de concordância nominal e verbal em um contexto variado.

Considerações Finais

Dominar a concordância nominal e verbal é essencial para quem deseja escrever de forma clara e precisa em português. As regras podem parecer complexas no início, mas com prática e atenção, é possível aplicá-las corretamente em qualquer texto. Lembre-se de revisar sempre seus textos, prestar atenção ao sujeito da frase e praticar regularmente. Com isso, você garantirá que sua comunicação seja eficaz e sem falhas, refletindo um bom domínio da língua.


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